15/02/2010

Expectativas

A minha geração, de uma maneira geral, sofre de um mal que nos torna mais exigentes e menos tolerantes. São as malditas expectativas. As dos outros e principalmente as nossas. Queremos ter a pessoa ideal fisicamente, com valores, com uma vida parecida com a nossa. Que frequente os mesmo sitíos, que queira fazer as mesmas férias, que goste de sushi e que nos compreenda como a nossa mãe. Queremos o emprego que nos dê imenso prazer, com colegas que podiam ser nossos amigos, que nos dê dinheiro para viagens, roupas e sapatos que sonhamos.
Temos as expectativas muito altas em relação à vida. Queremos tudo à nossa maneira porque ceder e aceitar dá muito trabalho. Cansa muito. É mais fácil desistir e partir para outra. Não se luta porque achamos que da próxima é que é. Porque só temos 30 e ainda temos imenso tempo à nossa frente.
Sermos exigentes sim e vivermos com a nossa conduta intacta também, mas se calhar podíamos começar por aceitar que o homem da nossa vida não tem 1.80 nem olhos verdes e que se for baixo e usar óculos pode ser o nosso melhor amigo e companheiro durante muito tempo. 
Se as expectativas forem mais baixas todas as surpresas boas da vida são melhor aproveitadas 

02/02/2010

Elas

São elas! Aquelas que escolhi. Não nasceram na minha familia. Não são do meu sangue. Não somos parecidas. Não temos os mesmos gostos nem tão pouco as mesmas áreas profissionais.
Somos iguais!
São o meu porto seguro. Aquelas que sei que se me faltar alguma coisa na vida vão estar lá de braços abertos para me receberem cheias de tudo o que precisar. São elas que se riem das minhas parvoíces, que me dizem que sou bonita, que me ouvem e que têm paciência para me aturar.
Não nos vemos nem falamos todos os dias porque nós somos assim. Assim queremos que seja. É assim a nossa relação. Somos amigas assim e pronto. Sem cobranças, sem cinismo e muito amigas. Rimos dos defeitos das outas, rimos dos nossos, respeitamos as escolhas de cada uma, partilhamos a intimidade, falamos sem medo com o cerebro ligado à boca, não temos medo do erro, da falha. Partilhamos a nossa vida e se calhar um dia quando formos todas para o mesmo lar escrevemos um livro, bebemos vinho e rimos. Rimos muito.
Fiz esta escolha há 20 anos atrás (ouve uma que foi à mais tempo e outra que nasceu na familia mas a escolha foi feita na mesma altura). Em idade que nem sabia quem era mas que já sabia que queria que fizessem parte da minha vida para sempre...
Obrigada por também terem querido que fosse vossa para sempre!